terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Cidade vazia.

Viajo neste trem para a cidade vazia
Passam as pessoas enquanto vou para a cidade que não é minha
As paragens são desapercebidas pela cidade que se avizinha
Não é seguro e está menos alegre
Esse porto onde ninguém se encontra
O vento solitário me sussura um mantra
No palanque onde ninguém escuta pronuncio:
- Cidade, sem ti, sou contra!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Laranjas.

Somos inteiros
Nunca metades
Não completamos
Autônomos que somos
Somamos
E juntando-nos
Assim façamos
Laranjada de nós

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Mediúnica.

Quando doente?
Medicada.
Na culinária?
Mediterrânea.
Pra Relaxar?
Meditando
Pra descarregar é Medicina.
Não preciso que Mediga com quem andas
Pra que eu diga que és Mediúnica.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Eu e você, assim.

Nenhuma poesia te diria
Eu te amo diria muito pouco
Pois numa injustica incorreria
De achar que um grupo de palavras explicaria
Que a tua ausência me angustia
Tua voz me acaricia
Tua risada me alivia
E meu coração treme
Quando teu olhar se distancia
E assim eu e tu
Para sempre
Cervejaria.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Projetando

Hoje no ônibus
Pela primeira vez
Personagem eu me vi
Num poema que sempre gostei
Com uma breve adaptação
Esse poema eu já vivi:

(Não me recordo o título)

Nosso amor é um texto truncado
Lentamente datilografado
E enviado
Pro endereço errado.

Angélica Freitas

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Descarrego

Quero árvore e lama
Uma samba na rua
Minha boca na tua

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Ramones, me liga.

Intoxicated by the orchids abandoned in the garden
Demanding morphine curse my soul is burning
Stranded in the sweet wonderings
breathing the pale moon silver
Torn painted lips tasting the last drops of life

Sometimes I feel like screaming
Sometimes I feel I just can't win
Sometimes I feelin' my soul is as restless as the wind
Maybe I was born to die in Buenos Aires

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Deslizando

Mirando teus olhos
Encobertos pela franja
Absorto continuo
A deslizar por tua pele
Em transe com teu cheiro
Sigo deslizando
Hipnotizado pelo sorriso no canto da tua boca
Vou deslizando
Lentamente deslizando
Cegamente deslizando
Deslizando
Desliza
            a
             a
              a
               n
                n
                 d
                  o!
Ops! Esqueci que era pequena.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Tu

As pernas se contorcem
Me prendem, me expulsam
As mãos, pelos antebraços
De volta me chamam
E num giro intenso
Paro com olhos de resfôlego
E tu, com boca de risada
E mesmo que minha cara
Seja de que nada entendi
Não fazes idéia
Da saudade que sinto de ti.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Da série resgatando e-mails perdidos.

Mediúnicos

Se da alma, os olhos são janela
Essa cor de mel me atinge de maneira tão profunda
Que só poderia ser
Mediúnica.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ensaio inacabado

Enquanto estás fora de alcance
Minhas mãos trêmulas
Vagueiam sem destino

Meus olhos, proibidos que estão
De fitar os teus
Passeiam desinteressados por íris sem cor

Enquanto seu sorriso está tão distante
E tua risada não alcança meus ouvidos
A música já não me parece tão bela

Mas me lembra
Dos nossos sempre poucos segundos
Dos pés guiados pela regra
Pondo-se em movimento
Deixando neste peito
Uma esperança
Duas saudades
E três vontades
De terminar esta dança.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Pegando do vento..

A pessoa ébria
Dizendo je t'aime
Para a roseira e os ladrilhos
Para a noite
Para ser levado pelo vento
Mas eu compartilho com a noite
A roseira, os ladrilhos e o vento
E finjo que também também faço parte
Solto um sorriso desapercebido pelo canto da boca
E afrouxo um pouco o nó da angústia que me arrebata
Je t'aime
Seguido de um ops
Pois tropeçou no degrau da entrada

sábado, 1 de agosto de 2009

Cabeçalho

Contribuição mais do que genial do Moa, meu publicitário de confiança.
Dá até mais vontade de postar agora!

Uma boa música, temática, em homenagem:

Declaramos o fim desta era
em que sempre sentimos
as nossas vidas morrerem através das janelas

Não mais respeitaremos
nenhuma lei que diga o que não podemos
ou o que temos que fazer

Porque hoje o sol nasceu
declarando o fim destas lágrimas
e eu vou jogar aos céus meus braços
e não olhar mais para tras

Hoje cantamos sobre as ruínas
de suas instituições ultrapassadas
e declaramos para toda nossa vida
um estado eterno de felicidade

Hoje celebramos a nossa vitória
sobre o império da tristeza e do medo na escuridão

Nunca mais viveremos à sombra
de teus deuses e reis

Brindamos mil paixões e dançaremos
porque hoje o sol nasceu
declarando o fim destas lágrimas
e eu vou jogar aos céus
meus braços e não olhar mais para trás

quarta-feira, 29 de julho de 2009

J&U@dosedupla

Eu tinha lembrado desse pensamento dias atrás, pensando sobre a poesia que escrevi pra minha 2009, na madrugada do dia 14 pro 15 de maio, ainda mega bêbado, e, como comentei sobre isso hoje com ela, de que eu posso levantar a plaquinha de: "Eu já sabia", que essa poesia era, já gravada no meu subconsciente, uma certeza, de que no final, era tu o que ia sobrar, e isso não é apenas um somente, isso é um muito, e me deixa muito feliz.
Ai vai:

Pelas portas do samba
Vou sorrir se só sobrar você
Podia bem te rimar com maracatu
Maldita sina teria
De ter que rimar com Tu.
Mas rimar não quero
Sem fórmulas
Não quero te dar lógica
Quero é seguir os passos tortos
Pelas ruas que descortinamos
Sob a madrugada que nos alcança
Quero te dar sentimento
Destes que não seguem regras
Então, corro da rima pra gritar
Com todo meu coração
Que tenho algo que o faz brilhar
E o resto, não mais importa
Se isso não se acaba
E me desculpe a franqueza
E este final abrupto
Que me deixa finalmente tranquilo
Pois ofereço sem culpa
Meu J e U
Em dose dupla.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Pela metade

E foi tudo tão rápido
Na despedida me encontrei
Com esse meio beijo
Assim, meio de lado
Meio seco, meio molhado
Eriça todos meus pelos
Uma descarga elétrica me percorre
E pra longe me leva
Pensando no que podia ser
Com perfume de mistério
Uma meia palavra
Que é meio poema
Assim meio físico
Meio platônico
Num tempo marcado
Em relógios derretidos
E só dois passos nos separam
Se me viro e os braços estico
Ainda toco teus cabelos
Mas não paro e não volto
Porque neste sonho acordado
Já longe me encontro
Quando paro finalmente
E pelos lábios passo os dedos
Naquele canto da boca
Que ainda me engano estar molhado
Com um sorriso nela marcado
Me encosto e penso enfim
Enquanto regozijo com a imaginação:
Ah, esse meio beijo
Se ele fosse inteiro....


Não teria a menor graça.